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Ambiente de trabalho concentra 30% dos casos de racismo no Brasil, revela estudo

Publicada: 27/11/2025

Um levantamento recente da plataforma Jusbrasil, que organiza dados jurídicos de todo o país, aponta que 30% das decisões judiciais por racismo ou injúria racial em 2025 ocorreram no ambiente de trabalho.

A análise incluiu 4.838 decisões, divulgadas entre janeiro e outubro, e identificou que, dessas, 1.407 envolviam situações de discriminação racial no local de emprego.

Em 1.113 casos, havia vínculo formal entre empregador e empregado, o que demonstra que muitas denúncias são feitas dentro das relações de trabalho.

Já denúncias por agressões praticadas por pessoas desconhecidas somaram 1.291 decisões – as mais comuns fora do contexto profissional.

Segundo uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, Cecília Veloso, “analisar dados jurídicos públicos é fundamental para ampliar o debate e sustentar políticas públicas mais efetivas no combate ao racismo.”

Outros ambientes também foram destacados na pesquisa:

  • Espaços públicos aparecem em segundo lugar, com 974 decisões de racismo ou injúria racial.
  • Estabelecimentos comerciais foram o terceiro ambiente mais citado, com 805 decisões.

Em relação às consequências legais, 39,5% dos casos resultaram em condenações criminais – totalizando 1.910 sentenças.

A pesquisa utilizou inteligência artificial para análise de palavras-chave, apoiada por especialistas em direito, destacando a importância de usar tecnologia na interpretação de grandes volumes de dados jurídicos. (Ibi)

Os números reforçam a gravidade do racismo institucional no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, em 2024 foram registrados 18,2 mil casos de injúria racial e 18.923 de racismo. (Agência Brasil)

De acordo com matéria VOCÊ/AS, no plano legislativo, há movimentações recentes: a Câmara dos Deputados aprovou, em abril de 2025, um projeto que eleva a pena para injúria racial quando dirigida a mulheres ou idosos. Das 1.407 decisões no trabalho, 554 vítimas eram mulheres, enquanto 239 eram homens, e em 613 casos não foi possível identificar o gênero a partir do texto da decisão.

Para as pesquisadoras, os dados apontam para a necessidade urgente de políticas públicas específicas que enfrentem o racismo nos ambientes profissionais, bem como programas de formação para gestores e funcionários.

Fonte: Com informações CNN – Jusbrasil – Agência Brasil